Não é justificativa para uma patologia, como se ouve hoje, que “ah, pela sua genética você vai ter isso ou aquilo”… a genética não causa doença! Nem o estresse. O estresse é importante para a engenharia. Por exemplo, para levantar um caminhão de duas toneladas, eu preciso de um cabo de aço que aguente quantas toneladas? De 3, 5 ou até 10 toneladas. Então, o estresse que afeta o cabo é importante. Nesses casos é preciso medi-lo.

Mas, no corpo humano, como é possível medir o estresse? Como se mensura o estresse de um indivíduo? Posso dizer, “está com muito estresse”, mas em comparação com o quê? A ansiedade também é a mesma situação. Como é que você mensura uma ansiedade? Tanto o estresse quanto a ansiedade são bons indicativos de que algo está acontecendo. Mas daí a dizer que eles são os causadores das doenças é um exagero. Vamos fazer uma comparação: tem gente tratando bruxismo como doença. O bruxismo na verdade é a consequência, não é causa. Então, vou tratar o bruxismo ou a causa? Se trato a causa, eu não vou ter bruxismo. Eu vejo isso quase todo dia. E ouço “é o estresse que te leva ao bruxismo”. Não tem nada a ver uma coisa com a outra! E já adianto, bruxismo tem a ver com a saliva, que é um dos líquidos mais importantes do nosso corpo.

Os movimentos da nossa boca são dados por um nervo chamado parassimpático. E o sistema parassimpático não está ligado à ansiedade e ao estresse, está ligado a estímulos hormonais. Se os meus hormônios estão desequilibrados, podem causar uma ansiedade. Mas não é mensurável, do tipo “ah, eu estou muito ansioso hoje”, ou “eu estou pouco ansioso hoje”. Os hábitos deletérios do nariz e da boca são responsáveis pelas patologias ou distúrbios de função hormonais.

RESPIRADOR BUCAL – Este é o grande problema do mundo em patologia e em perda da saúde – e está ligado a nariz e boca. Aliás, muito mais na boca do que no nariz. Porque quando se respira pelo nariz, você inala O2, CO2 e NO. Esses três elementos têm de estar no nosso pulmão para ter uma homeostase correta. Quem respira pela boca tem de 30 a 40% a menos de oxigênio e, além disso, não entra o óxido nítrico, que é produzido no epitélio nasal.

Então, respirar pela boca, além de menos oxigênio, há ainda falta de óxido nítrico e imunoglobulinas importantíssimas para o sistema imunológico. Portanto, respirar pela boca afeta diretamente de forma prejudicial o nosso sistema de proteção. E quais são as patologias que o indivíduo – respirador bucal – vai ter? Identifiquei, no meu doutorado, 92% das patologias de cabeça e pescoço, não só no sistema circulatório e no sistema respiratório, mas também no segundo cérebro, que é o aparelho digestório, tudo porque a boca e o nariz não funcionam da forma como foram geneticamente programados para funcionar.